A Casa no Fim da Estrada

A Casa no Fim da Estrada

Eu nunca acreditei em fantasmas. Pelo menos, não até passar uma noite naquela casa esquecida no fim da estrada.

Era uma viagem improvisada. Meu carro quebrou no meio do nada e, sem sinal no celular, caminhei até encontrar aquela construção antiga, de madeira desgastada pelo tempo. A porta estava entreaberta, como se esperasse por mim.

Lá dentro, o cheiro de mofo e madeira podre tomava conta do ar. Meus passos ecoavam pelos corredores escuros, e um frio anormal percorria minha espinha. Tentei me convencer de que era apenas cansaço e fome, mas algo ali estava errado.

No andar de cima, ouvi passos. Primeiro leves, depois mais pesados. Chamei, esperando que alguém respondesse, mas só o silêncio me devolveu a saudação. Cada fibra do meu ser gritava para eu sair dali, mas minha curiosidade foi mais forte.

Subi a escada rangente e segui pelo corredor. Uma porta no final parecia me chamar. Quando a abri, vi um quarto coberto de poeira e móveis envelhecidos. No centro, uma cadeira de balanço se movia sozinha.

Meu coração disparou. O ar ficou pesado, e senti um cheiro forte de flores murchas. Foi então que a porta se fechou atrás de mim com um estrondo. Girei nos calcanhares e vi, refletida no espelho empoeirado, uma mulher de cabelos longos e rosto pálido me observando. Seus olhos vazios atravessavam minha alma.

Gelei. Tentei correr, mas meus pés pareciam presos ao chão. A mulher abriu a boca, e um som gélido e indecifrável preencheu o ambiente. O pavor tomou conta de mim. Com um esforço sobrenatural, consegui me mover e corri dali o mais rápido que pude.

Quando olhei para trás, já do lado de fora, a casa parecia diferente. As janelas estavam quebradas, e a porta, que antes estava entreaberta, agora parecia fechada há décadas. Meu carro, misteriosamente, voltou a funcionar naquela mesma noite. Nunca mais voltei ali, mas até hoje, quando fecho os olhos, ainda vejo o reflexo daquela mulher me observando.

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